sexta-feira, 18 de maio de 2012

Qual o seu cachê?



Quantas vezes não nos deparamos com essa pergunta... “Qual o seu cachê ?”, eu costumo dizer depende... (depois de uma longa pausa)

Bem, é sempre  bom lembrar que cada caso é um caso, e assim sendo cada um tem suas peculiaridades.

Nos estados em que existe uma tabela (piso mínimo) citando como exemplo Rio e SP, as coisas ficam mais fáceis de se negociar mesmo, assim existem mercenários em todos os mercados. Convém lembrar que para a composição de preço do cachê de um profissional é preciso levar em conta diversos itens e um deles é custo do seu aperfeiçoamento profissional.

Na hora de você acertar o valor do seu cachê, se você pensar só no momento, o valor que você pediu pode até parecer alto, mas pensando a longo prazo, você verá que o valor cobrado é compatível com as despesas normais de um profissional.


Valor Profissional

É o resumo do seu conhecimento adquirido com o passar do tempo, essa experiência irá diferenciar o seu trabalho em relação a outros profissionais. Outros fatores pesam também: liderança, habilidade de lidar com momentos de crise, facilidade de relacionamento. Tudo isto faz parte do seu perfil profissional.


Ética Profissional

Temos também que lembrar da ética profissional. Temos que pensar como uma classe e não como indivíduos. A partir do momento em que aceitamos a trabalhar abaixo de um patamar mínimo, você estará prejudicando seus colegas de classe , pois se você passar a trabalhar abaixo da média de mercado, o próprio mercado fará este valor mínimo de cachê cair mais e mais.

Mas como disse antes cada caso é um caso. E cada cliente tem suas peculiaridades Às vezes é preferível que você  execute um trabalho,  porque você acredita que ele vá te render muito mais num futuro próximo por “CORTESIA” Recebendo somente uma ajuda de custo , mas deixando claro o seu valor real de cachê, do que deixar de faze-lo porque seu cliente ainda não pode arcar com o seu valor de cachê.


Negociação

Na hora de negociar o seu cachê, deixe bem claro o valor do seu cachê,  a forma e data de pagamento e, se possível por escrito evitando assim confusões e mal entendidos. Algumas empresas e produtoras exigem emissão de notas para pagamentos de cachês, procure informações junto a um contador sobre a abertura de uma firma individual ou mesmo uma micro empresa (lembre-se que ao constituir uma firma ou microempresa você terá os impostos sobre o seu faturamento).

Geralmente no seu primeiro contato, o produtor vai querer que você baixe o seu pedido inicial, mas pense bem, essa é a função do cara, negociar o melhor preço para o patrão dele, no caso o artista, resta você ceder ou não. Se você ceder a um preço que lhe é imposto, significará para quem te contrata que você especula, pra tentar ganhar mais. E existe uma grande diferença entre ceder e negociar, ao negociar você pedira pra ser informado das suas funções e parâmetros que lhe serão cobrados ao executar seu trabalho e você poderá explicar o porque do seu preço.


Nada é Fácil

Fique atento a propostas ditas como simples e fáceis elas não costumam ser aquilo que parecem. Muitos são os casos de voz e violão serem mais complexos do que um show com banda inteira a titulo de exemplo, quanto você cobraria pra fazer uma banda de pop com um quarteto de cordas ? E para fazer João Gilberto de banquinho e violão ? Ambos trabalhos tem suas peculiaridades e dificuldades!


Finalmente

O próprio mercado dita suas regras, se alguém entra em contato pra sondar a possibilidade de te contratar, esta pessoa  já estará sabendo o quanto você normalmente cobra e se tentarem fazer uma proposta menor, ele estará tentando te convencer a ganhar menos, se você tiver consciência do seu valor profissional e dos valores de mercado você não ira aceitar. Caso achem alguém que aceite a trabalhar por menos, é triste mas em pouco tempo estará fora do mercado, pois esse profissional vai ganhar cada vez menos e chegará a um ponto que estará pagando pra trabalhar e sem a mínima possibilidade de se reciclar além de começar a ficar mal visto entre seus próprios companheiros de profissão.

Seguir a ética profissional é o melhor meio de negociar e manter um patamar de cachê digno para os profissionais de áudio.

By Lazzaro, Técnico de Monitor.